Monday, April 17, 2006

Quando me perco...




Somos postos à prova todos os dias. O Amor, nos seus caminhos e ruidosos atalhos, mostra-nos vielas estranhas, diferentes, que muita vezes não conseguimos entender.
O Amor leva-nos a lugares distantes, faz-nos sentir viajantes em etéreas aventuras. Porporciona-nos situações inesquecíveis.
Aos poetas, alguns, e aos escritores, outros tantos, leva a inspirações sentimentais e maravilhosas, criadas em contos e poemas e estórias sem fim.
Que seria das Letras se não fosse o Amor?
Por isto e por tudo, que dizer daqueles que não sendo loucos se entregam ao Amor na sua plenitude? E aqueles, que loucos não sendo, se privam do Amor e o abandonam?
É díficil, sempre, tratar destes e de todos os outros assuntos.
Mas, mesmo assim, vou arriscar.
Quando me perco dentro de ti, descubro e entrego o mais intímo do meu ser.
Se te vejo sorrir, o teu sorriso deixa-me feliz.
A tua voz, o teu toque, os teus carinhos, provocam-me um distúrbio nos sentidos. Deixo de saber quem sou.
Contigo viajo para lugares distantes, mesmo sem sair do lugar.
Quando me perco dentro de ti, danço, vibro, e alcanço lugares demasiados belos para minha humildade.
Quando não te tenho, procuro sempre alguma coisa que me faça estar contigo.
O teu cheiro, os teus gostos, as tuas manias, os teus pensamentos. Sei sempre, à distância, se estás bem ou mal. Sei se estás triste ou alegre só falando contigo.
Quando me perco dentro de ti, sempre, temos as mesmas ideias, os mesmos pensamentos. Brincamos um no outro. Como se, descalços, fossemos crianças a passear de mão dada à chuva, numa qualquer praia ou monte deserto.
O Amor, o nosso, tem destas incoerências.
Se requer seriedade, requer também um dose grande de infância no relacionamento.
Se requer respeito, requer igualmente um grande dose de brincadeira e alucinação.
Quando me perco dentro de ti, sei que o Amor não tem limites.
Quando me perco dentro de ti, quando te abraço, sei que o Amor consumado é para sempre.
Quando me perco dentro de ti, vivemos todas as fantasias possíveis. Seja em passeios habituais, seja no romance, no romantismo ou no desejo de sermos um só.
Quando me perco dentro de ti, penso sempre que não pode haver monotonia nas relações. Não vejo sentido numa viagem semanal à procura do mesmo.
Não imagino casais que encomendam Sexo para sábados à tarde ou noite. Àquela hora, daquela maneira, no mesmo sítio, da mesmo forma, semanas e semanas a fio. Esse é, creio, o fim do Amor.
Quando me perco dentro de ti, descubro, de novo, que o Amor tem de ser deixado ao Acaso.
Quando me perco dentro de ti, imagino que o Amor é feito com alegria e com Amor.
O Amor requer liberdade, vontades próprias e apenas desejos comuns. Pode não acontecer...
Quando me perco dentro de ti, viajo no tempo e sei que a saudade dói , corrói e faz-nos melancólicos.
Quando me perco dentro de ti, acredito na inexorabilidade do destino. Relembro o nosso primeiro encontro e esqueço o dia do nunca, o dia do desencontro.
Quando me perco dentro de ti, sempre, recordo-me de te ter dito que os verdadeiros amores não se perdem nos meandros do tempo. Permanecem na eternidade.
Quando me perco dentro de ti, sei que o nosso Amor será assim: Eterno.