Sunday, June 10, 2007

Tacto

Os olhos fechavam-se e abriam-se com o mesmo ritmo dos corpos. Entregues!
O cansaço era derrotado pelas ávidas energias que brotavam das almas.
Não existe tempo (mas é sempre pouco).
Os sentidos? No apogeu do delírio!
Nunca se faz o que se planeia porque nada se planeia.
Tudo ocorre sem sentido. Sem dúvidas. Só certezas.
A sensibilidade (de que já tinham falado) arrepiava na penumbra.
Havia luz. Mas à distância.
(Inesperada esta nova forma de abordarem os desejos).
De novo os sentidos:
A Audição. Sim. Havia música. Outra vez aquela da recordação (são viagens que se fazem sem temores. “Às vezes desapareces e deixas de saber quem sou. Se calhar, até, deixas de saber quem és”).
A Visão. Bastam os olhares. As explorações enigmáticas de corpos. Desesperados. (Pareceu-lhe).
O Olfacto. Sempre o olfacto. Sempre novas descobertas. (“Conheço-te tão bem”).
O Paladar. Sal. Mel. Açúcar. Uma mescla imperceptível. Mas fiel e leal.
E depois.
Depois o tacto.
“Fica aí mais um bocadinho”.
Até à exaustão. Até sempre.
“Desculpa”.

1 Comments:

Blogger molin said...

"Desculpa"... mas há bocadinhos que estragam tudo o resto!

June 11, 2007 8:15 AM  

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