Na sombra do vento

O som, estéril, mas sufocante do vento, confundia-se com a chuva. Grossa. Perigosa. Quase lâmina.
Permanecia perdido naquelas ruas. Tentava encontrar um rumo. Um caminho memorial que o transportasse para outra dimensão.
Não sabia de onde vinha. Pouco sabia para onde queria ir. Não sabia onde estava.
Estava perdido?
Estava louco?
Continuava a andar.
A sombra do vento perseguia-o.
A chuva encharcava-lhe a alma.
Não sabia quem era.
Não chorava.
Não gostava de chorar.
Ouviu uma voz: Profunda e quase cadavérica.
- Quem és?
- Ninguém. Não sou ninguém.
- Porque ris?
- Gosto de me perder. Gosto de ser ninguém.
1 Comments:
Um dos melhores livros que li até hoje. Está no meu Top 3. O título do post!
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