Sunday, December 02, 2007

Corpos

Corpos quase inanimados. Conversas soltas e sem pretensões. Ainda que à luz das velas, altivas, os olhos permaneciam fechados e o tacto (os tactos) parecia suficiente para acertar na escolha das palavras. A ausência, prolongada e doentia e dolorosa, tinha sido rapidamente satisfeita e os corpos, inanimados, quase inanimados, mantinham o contacto e o sabor. O sabor sempre desesperante. Olhos nos olhos e corpo no corpo. A respiração permanecia tranquila. Não tinha sido ofegante. Os espectadores apreciavam. Com espanto. E cada um imaginava a sua história.
Fotografia de Molin da Colecção do Joe

0 Comments:

Post a Comment

<< Home