Monday, March 20, 2006

Terei sido um beija-flor?


Que dádiva!
Sonhei (ou não), um dia, que era um beija-flor.
Daqueles entusiasmantes seres que, por muito que contrariem a sua própria existência, nasceram para ser felizes e para aos outros oferecerem a mesma liberdade.
Foi um sonho (ou não) ... feliz
Ter o privilégio de sonhar (ou não) assim foi um dádiva.
Daquelas dádivas que, creio, ou pelo menos tenho dificuldade em prever outro acontecimento semelhante, apenas acontecem uma vez na vida.
Bem, difícil de acordar do sonho (ou não) e entrar na realidade.
Sonhei (ou não), um dia, que era um beija-flor.
Daqueles entusiasmantes seres que precisam de outro ser semelhante para (sobre)viver.
E sonhei (ou não) que vivia em sonho com outro beija-flor.
E voámos, voámos, voámos....
Quando veio / Mostrou-me as mãos vazias / As mãos como os meus dias / Tão leves e banais / E pediu-me /Que lhe levasse o medo /Eu disse-lhe um segredo: /"Não partas nunca mais" / E dançou / Rodou no chão molhado / Num beijo apertado / De barco contra o cais / E uma asa...voa / A cada beijo teu / Esta noite sou dono do céu / E eu não sei quem te perdeu / Abraçou-me / Como se abraça o tempo / A vida num momento / Em gestos nunca iguais / E parou / Cantou contra o meu peito / Num beijo imperfeito / Roubado nos umbrais / E partiu / Sem me dizer o nome / Levando-me o perfume / De tantas noites mais /E uma asa...voa / A cada beijo teu / Esta noite sou dono do céu / E eu não sei quem te perdeu.
(Pedro Abrunhosa)
Quando falta o mais...

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