Friday, March 31, 2006

Memórias...


Imagine-se um bosque singular.
Um chinelo amarelo perdido no ar,
Um grito de liberdade.

Imagine-se uma noite vencida.
Um acordo de Sempre.
Um Amor sem idade.

Imagine-se uma promessa sem dar.
Uma dádiva sem sofá.

Imagine-se um adeus, até já.
Um abraço sem sabor com saber a mar.

D.D. (depois do devaneio - poderia ser um P.S.): Pois, talvez um dia saiba escrever sem recorrer a veias de outrém. Quem sabe, sabe, sem mais, poder anunciar, sem voz, aquele sentimento de saber ser aquele que um dia não o soube (não quis) alcançar...

MEMÓRIAS DE UM BEIJO (Luís Represas, com data e tempo)

Lembras-me uma marcha de Lisboa
Num desfile singular,
Quem disse
Que há horas e momentos p'ra se amar
Lembras-me uma enchente de maré
Com uma calma matinal
Quem foi
quem disse
Que o mar dos olhos também sabe a sal
As memórias
são
Como livros escondidos no pó
As lembranças são
Os sorrisos que queremos rever,
devagar
Queria viver tudo numa noite
sem perder a procurar
O tempo, ou o espaço
Que é indiferente p'ra poder sonhar
Quem foi que provocou vontades
e atiçou as tempestades
e amarrou o barco ao cais
Quem foi, que matou o desejo
E arrancou o lábio ao beijo
E amainou os vendavais

Monday, March 20, 2006

Terei sido um beija-flor?


Que dádiva!
Sonhei (ou não), um dia, que era um beija-flor.
Daqueles entusiasmantes seres que, por muito que contrariem a sua própria existência, nasceram para ser felizes e para aos outros oferecerem a mesma liberdade.
Foi um sonho (ou não) ... feliz
Ter o privilégio de sonhar (ou não) assim foi um dádiva.
Daquelas dádivas que, creio, ou pelo menos tenho dificuldade em prever outro acontecimento semelhante, apenas acontecem uma vez na vida.
Bem, difícil de acordar do sonho (ou não) e entrar na realidade.
Sonhei (ou não), um dia, que era um beija-flor.
Daqueles entusiasmantes seres que precisam de outro ser semelhante para (sobre)viver.
E sonhei (ou não) que vivia em sonho com outro beija-flor.
E voámos, voámos, voámos....
Quando veio / Mostrou-me as mãos vazias / As mãos como os meus dias / Tão leves e banais / E pediu-me /Que lhe levasse o medo /Eu disse-lhe um segredo: /"Não partas nunca mais" / E dançou / Rodou no chão molhado / Num beijo apertado / De barco contra o cais / E uma asa...voa / A cada beijo teu / Esta noite sou dono do céu / E eu não sei quem te perdeu / Abraçou-me / Como se abraça o tempo / A vida num momento / Em gestos nunca iguais / E parou / Cantou contra o meu peito / Num beijo imperfeito / Roubado nos umbrais / E partiu / Sem me dizer o nome / Levando-me o perfume / De tantas noites mais /E uma asa...voa / A cada beijo teu / Esta noite sou dono do céu / E eu não sei quem te perdeu.
(Pedro Abrunhosa)
Quando falta o mais...

Wednesday, March 15, 2006

Pessoas Estrela


Há pessoas e pessoas.
Umas, passam pela nossa vida e desaparecem rapidamente.

São as pessoas Cometa.

Outras há que, por muito que as circunstâncias nos ameaçam afastar (no espaço físico), permanecem para sempre no nosso coração, na nossa alma.

Na nossa vida.

Essas, são as Pessoas Estrela.

E como é único amar uma Estrela.

Inúmeros pequenos guizos (luminosos) que nos fazem sorrir!

Wednesday, March 08, 2006

Mentira



Porque diabo somos cilindrados com uma mentira, quando o mais simples seria a verdade?

Porque diabo a mentira existe para esconder coisas sem sentido ou significado?

Ou o significado e o sentido existem mesmo e preferimos deles não fazer caso?